terça-feira, 18 de outubro de 2016

Carqueja




• Nome popular: Carqueja, Carqueja-do-mato, bacanta.
• Nome científico: Baccharis trimera (Less.) DC.
• Família: Compositae (Asteraceae)
• Origem: Sul e sudeste do Brasil.
• Propriedades: Hepatoprotetoras, digestivas, anti-úlcera, antiácida, analgésica, e antiinflamatória, hipoglicêmico (reduz glicose no sangue).
• Características: Subarbusto perene, de 50 a 80 cm de altura. Com os mesmos nomes populares e com características e propriedades similares são conhecidas as espécies B. articulata e B. uncinella.

A planta é amplamente utilizada na medicina caseira brasileira, sendo utilizada pelos indígenas há séculos para o tratamento de várias doenças.
As diferentes propriedades atribuídas a esta planta na medicina tradicional vem sendo estudadas e algumas já validadas pelos resultados positivos obtidos.
• Parte usada: Folhas e hastes.
• Usos: Tem sido empregada principalmente a problemas hepáticos (removendo obstruções da vesícula e fígado) e contra disfunções estomacais (melhorando a digestão) e intestinais (como vermífugo). Algumas publicações populares a recomendam ainda para o tratamento de úlcera, diabetes, malária, anginas, anemia, diarréias, infla,ações da garganta, vermes, etc.

Estudos comprovaram sua eficácia em suas propriedades hepatoprotetoras, digestivas, anti-úlcera, anti-ácida, analgésica, antiinflamatória, e hipoglicêmico (reduzindo o teor de açúcares no sangue).
• Forma de uso / dosagem indicada: É recomendada para afecções estomacais, hepáticas e intestinais, na forma de infusão, preparado adicionando-se água fervente a uma xícara (de chá) contendo 1 colher (de sopa) de suas hastes e folhas picadas, na dose de 1 xícara (chá) 3 vezes ao dia, 30 minutos antes das refeições.
• Haste: no início da floração ou quando planta atinge 30 centímetros de altura. Deve-se cortar totalmente sua parte herbácea, deixando dois nós da planta acima da superfície do solo, para facilitar sua posterior rebrota.

O primeiro aspecto a ser observado na produção de plantas medicinais de qualidade, além da condução das plantas, é sem dúvida a colheita no momento certo.

Deve-se salientar que a colheita das plantas em determinado ponto tem o intuito de obter o máximo teor de princípio ativo. Na carqueja, o período ideal é na floração.

O maior problema da época de colheita na época inadequada é a redução do valor terapêutico e/ou predominância de princípios tóxicos.

Existem alguns aspectos práticos que deveremos levar em consideração. Na carqueja, deve-se cortar totalmente sua parte herbácea, respeitando dois nós acima da superfície do solo.

Esse procedimento favorecerá posteriormente a rebrota das plantas. A carqueja pode produz cerca de 2 t/ha de planta seca, em duas a três colheitas por ano.

PROCEDIMENTO:

Uma vez determinado o momento correto, deve-se fazer a colheita com tempo seco, de preferência, e sem água (como orvalho ou água nas folhas) sobre as partes. Assim, a melhor hora da colheita é pela manhã, logo que secar o orvalho das plantas.

O material colhido é colocado em cestos e caixas; deve-se ter o cuidado de não amontoá-los ou amassá-los, para não acelerar a degradação e perda de qualidade.

Deve-se evitar a colheita de plantas doentes, com manchas, ou plantas fora do padrão, com terra, poeira, órgãos deformados, etc. Imediatamente após a colheita o material deve ser encaminhado para a secagem.
• PARTES UTILIZADAS
 • Folha e Talo
• SECAGEM
 • O consumo de plantas medicinais frescas garante ação mais eficaz dos princípios curativos. Entretanto, nem sempre se dispõe de plantas frescas para uso imediato, e a secagem possibilita conservação quando bem conduzida.
Ao ar livre, em local seco e bem ventilado, ou em secador, com temperatura máxima de 40º C.
A secagem pode ser conduzida em condições ambientes, ou ainda artificialmente com uso de estufas, secadoras, etc. Dependendo do método utilizado e do órgão da planta a ser dessecado, têm-se uma necessidade de área útil do secador variável entre 10 e 20% da área colhida.

- a) SECAGEM NATURAL

A secagem natural é um processo lento, que deve ser conduzido à sombra, em local ventilado, protegido de poeira e do ataque de insetos e outros animais. Este processo é recomendado para regiões que tenham condições climáticas favoráveis, relacionadas principalmente a alta ventilação e temperatura, com baixa umidade relativa. É o mais usado no nível doméstico.

Na secagem natural, deve-se espalhar o material a ser seco em camadas finas, permitindo assim a circulação de ar entre as partes vegetais, o que favorece a secagem mais uniforme. Em geral a espessura da camada de plantas na secagem é de 3 cm. Deve-se evitar o revolvimento do material durante o processamento de secagem. Quando a secagem é muito lenta, pode-se fazer cuidadosa movimentação das plantas sobre as bandejas, evitando-se danos, principalmente se o material está muito úmido.

Outra maneira prática é dependurar as plantas em feixes pequenos amarrados com barbante. As plantas secas nestas condições vão ter um teor de umidade em equilíbrio com a umidade relativa do ambiente.

- SECAGEM ARTIFICIAL:

A secagem artificial consiste em manter sob ventilação a uma temperatura de 35 a 40º C. As temperaturas acima de 45º C danificam os órgãos vegetais e seu próprio conteúdo, pois proporcionam uma "cocção" das plantas e não uma secagem.

O secador de temperatura e umidade controlada é conhecido por "estufa", e é recomendado para locais de clima frio e chuvoso.

O uso de forno de microondas também é uma alternativa para secagem das plantas. As folhas mais tenras levam cerca de 3 minutos na secagem, e as folhas pequenas, mais secas, apenas 1 minuto. Por esse método preserva-se a cor e aroma das folhas.
• ARMAZENAMENTO
 • O material está pronto para ser embalado e guardado quando começa a ficar levemente quebradiço. O teor de umidade ideal após a secagem deve ser de 5 a 10%.

O período de armazenagem deve ser o menor possível, para reduzir as perdas de princípios ativos. Preferencialmente o local de armazenagem deve ser escuro, arejado e seco, sem acesso de insetos, roedores ou poeira.

O acondicionamento do material vai depender do volume produzido e do tempo que se pretende armazená-lo. Serão necessários estudos para avaliar os diversos tipos de embalagens e o período de conservação máximo.

Pequenas quantidades de plantas podem ser colocadas em potes de vidro ou sacos de polietileno ou polipropileno, que também parecem permitir boa conservação. O uso de sacos de juta tem sido utilizado a curto prazo. O material, antes de ser armazenado, deve ser inspecionado quanto à presença de insetos e fungos.

 Ana (201)

Nenhum comentário:

Postar um comentário