• Nome popular: Carqueja, Carqueja-do-mato, bacanta.
• Nome científico: Baccharis trimera (Less.) DC.
• Família: Compositae (Asteraceae)
• Origem: Sul e sudeste do Brasil.
• Propriedades: Hepatoprotetoras, digestivas, anti-úlcera, antiácida,
analgésica, e antiinflamatória, hipoglicêmico (reduz glicose no sangue).
• Características: Subarbusto perene, de 50 a 80 cm de altura. Com os mesmos
nomes populares e com características e propriedades similares são conhecidas
as espécies B. articulata e B. uncinella.
A planta é amplamente utilizada na medicina caseira brasileira, sendo utilizada
pelos indígenas há séculos para o tratamento de várias doenças.
As diferentes propriedades atribuídas a esta planta na medicina tradicional vem
sendo estudadas e algumas já validadas pelos resultados positivos obtidos.
• Parte usada: Folhas e hastes.
• Usos: Tem sido empregada principalmente a problemas hepáticos (removendo
obstruções da vesícula e fígado) e contra disfunções estomacais (melhorando a
digestão) e intestinais (como vermífugo). Algumas publicações populares a
recomendam ainda para o tratamento de úlcera, diabetes, malária, anginas,
anemia, diarréias, infla,ações da garganta, vermes, etc.
Estudos comprovaram sua eficácia em suas propriedades hepatoprotetoras,
digestivas, anti-úlcera, anti-ácida, analgésica, antiinflamatória, e
hipoglicêmico (reduzindo o teor de açúcares no sangue).
• Forma de uso / dosagem indicada: É recomendada para afecções estomacais,
hepáticas e intestinais, na forma de infusão, preparado adicionando-se água
fervente a uma xícara (de chá) contendo 1 colher (de sopa) de suas hastes e
folhas picadas, na dose de 1 xícara (chá) 3 vezes ao dia, 30 minutos antes das
refeições.
• Haste: no início da floração ou quando planta atinge 30 centímetros de
altura. Deve-se cortar totalmente sua parte herbácea, deixando dois nós da
planta acima da superfície do solo, para facilitar sua posterior rebrota.
O primeiro aspecto a ser observado na produção de plantas medicinais de
qualidade, além da condução das plantas, é sem dúvida a colheita no momento
certo.
Deve-se salientar que a colheita das plantas em determinado ponto tem o intuito
de obter o máximo teor de princípio ativo. Na carqueja, o período ideal é na
floração.
O maior problema da época de colheita na época inadequada é a redução do valor
terapêutico e/ou predominância de princípios tóxicos.
Existem alguns aspectos práticos que deveremos levar em consideração. Na
carqueja, deve-se cortar totalmente sua parte herbácea, respeitando dois nós
acima da superfície do solo.
Esse procedimento favorecerá posteriormente a rebrota das plantas. A carqueja
pode produz cerca de 2 t/ha de planta seca, em duas a três colheitas por ano.
PROCEDIMENTO:
Uma vez determinado o momento correto, deve-se fazer a colheita com tempo seco,
de preferência, e sem água (como orvalho ou água nas folhas) sobre as partes.
Assim, a melhor hora da colheita é pela manhã, logo que secar o orvalho das
plantas.
O material colhido é colocado em cestos e caixas; deve-se ter o cuidado de não
amontoá-los ou amassá-los, para não acelerar a degradação e perda de qualidade.
Deve-se evitar a colheita de plantas doentes, com manchas, ou plantas fora do
padrão, com terra, poeira, órgãos deformados, etc. Imediatamente após a
colheita o material deve ser encaminhado para a secagem.
• PARTES UTILIZADAS
• Folha e Talo
• SECAGEM
• O consumo de plantas medicinais frescas garante ação mais eficaz dos
princípios curativos. Entretanto, nem sempre se dispõe de plantas frescas para
uso imediato, e a secagem possibilita conservação quando bem conduzida.
Ao ar livre, em local seco e bem ventilado, ou em secador, com temperatura
máxima de 40º C.
A secagem pode ser conduzida em condições ambientes, ou ainda artificialmente
com uso de estufas, secadoras, etc. Dependendo do método utilizado e do órgão
da planta a ser dessecado, têm-se uma necessidade de área útil do secador
variável entre 10 e 20% da área colhida.
- a) SECAGEM NATURAL
A secagem natural é um processo lento, que deve ser conduzido à sombra, em
local ventilado, protegido de poeira e do ataque de insetos e outros animais.
Este processo é recomendado para regiões que tenham condições climáticas
favoráveis, relacionadas principalmente a alta ventilação e temperatura, com
baixa umidade relativa. É o mais usado no nível doméstico.
Na secagem natural, deve-se espalhar o material a ser seco em camadas finas,
permitindo assim a circulação de ar entre as partes vegetais, o que favorece a
secagem mais uniforme. Em geral a espessura da camada de plantas na secagem é
de 3 cm. Deve-se evitar o revolvimento do material durante o processamento de
secagem. Quando a secagem é muito lenta, pode-se fazer cuidadosa movimentação
das plantas sobre as bandejas, evitando-se danos, principalmente se o material
está muito úmido.
Outra maneira prática é dependurar as plantas em feixes pequenos amarrados com
barbante. As plantas secas nestas condições vão ter um teor de umidade em
equilíbrio com a umidade relativa do ambiente.
- SECAGEM ARTIFICIAL:
A secagem artificial consiste em manter sob ventilação a uma temperatura de 35
a 40º C. As temperaturas acima de 45º C danificam os órgãos vegetais e seu
próprio conteúdo, pois proporcionam uma "cocção" das plantas e não
uma secagem.
O secador de temperatura e umidade controlada é conhecido por
"estufa", e é recomendado para locais de clima frio e chuvoso.
O uso de forno de microondas também é uma alternativa para secagem das plantas.
As folhas mais tenras levam cerca de 3 minutos na secagem, e as folhas
pequenas, mais secas, apenas 1 minuto. Por esse método preserva-se a cor e
aroma das folhas.
• ARMAZENAMENTO
• O material está pronto para ser embalado e guardado quando começa a ficar
levemente quebradiço. O teor de umidade ideal após a secagem deve ser de 5 a
10%.
O período de armazenagem deve ser o menor possível, para reduzir as perdas de
princípios ativos. Preferencialmente o local de armazenagem deve ser escuro,
arejado e seco, sem acesso de insetos, roedores ou poeira.
O acondicionamento do material vai depender do volume produzido e do tempo que
se pretende armazená-lo. Serão necessários estudos para avaliar os diversos
tipos de embalagens e o período de conservação máximo.
Pequenas quantidades de plantas podem ser colocadas em potes de vidro ou sacos
de polietileno ou polipropileno, que também parecem permitir boa conservação. O
uso de sacos de juta tem sido utilizado a curto prazo. O material, antes de ser
armazenado, deve ser inspecionado quanto à presença de insetos e fungos.
Ana (201)